11/11/2016

Dia Nacional da Alfabetização

A alfabetização tem grande importância para a construção da cidadania e o desenvolvimento humano de uma nação. Isabela de Souza

Hoje é celebrado o Dia Nacional da Alfabetização, dia em que comemoramos os desafios e vitórias que alcançamos e que ainda alcançaremos ao longo dos anos. Para essa matéria, entrevistamos Isabela de Souza, pedagoga, integrante da equipe do Instituto Avaliar e que atua como bolsista de disciplina da licenciatura do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (GAME) da Universidade Federal de Minas Gerais.

Isabela inicia a entrevista falando sobre as variáveis que tornam o tema mais importante para a educação, a diversidade e os tipos diferentes de analfabetismo: o total, o analfabeto funcional, o iletrado, o analfabeto digital e o analfabeto político. Atualmente, há outras escalas de analfabetismo.

A escala sempre é vista de forma a abranger o analfabeto total, que é a pessoa que não sabe ler nem escrever, até o analfabeto funcional e iletrado. Segundo Isabela, os analfabetos funcionais “são aquelas (pessoas) que não podem participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida e que não podem usar os métodos de alfabetização a serviço do desenvolvimento tanto pessoal como da sociedade em que se inserem”. Portanto, são pessoas que sabem ler, mas não compreendem o que leem. Ela também fala dos analfabetos digitais e políticos. Isabela prossegue com a seguinte afirmação: “hoje, saber ler e escrever é condição insuficiente para responder às demandas da contemporaneidade. Não basta que uma pessoa leia de forma mecânica para ser considerada alfabetizada, é preciso que os significados e usos das palavras sejam entendidos em diferentes contextos”.

Trabalhar em prol da alfabetização do país não é tarefa fácil e exige capacitação. “Defendo que é preciso capacitação específica para alfabetizar, é preciso acreditar na educação e que todos os alunos podem aprender. Por esse motivo, o professor deve conhecer, estudar e praticar para exercer, em bom nível, a alfabetização. Os professores precisam estar preparados para uma tarefa que exige tanta responsabilidade”.

Essa responsabilidade nos faz compreender os avanços que o país obteve em relação ao analfabetismo. “A própria modalidade da Educação para Jovens e Adultos revela que os cidadãos considerados analfabetos funcionais ganharam uma opção para se alfabetizarem e atuarem com equidade na sociedade”. Além disso, Isabela afirma que dois programas foram significativos para a alfabetização no Brasil: “o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. O primeiro programa propõe materiais, incluindo vídeoaulas e apostilas, sobre os Processos de Aprendizagem e dois módulos com Propostas Didáticas. Já o Pacto Nacional é um compromisso assumido pelos órgãos responsáveis que buscam assegurar que todas as crianças sejam alfabetizadas até os oito anos de idade”.

Vale ressaltar que a Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEEMG), pensando na capacitação desses professores, criou o Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar (PAAE), que, em conjunto com a Diretoria de Avaliação da Aprendizagem (DAAP) e Superintendência de Avaliação Educacional (SAE), ofertam oficinas como uma ação de formação continuada. As oficinas tem o reconhecimento dos professores participantes como uma iniciativa que contribui para o seu aprimoramento profissional.


Ações como Programa Formação de Professores Alfabetizadores, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar contribuem todos os anos para a queda da taxa de analfabetismo.


Desafios ainda temos pela frente, mas celebremos o dia 14 de novembro com as conquistas que já obtemos. “Ter essa data específica no calendário revela o reconhecimento de uma atividade tão importante para todos os cidadãos. Não só nessa data, mas todos os dias, devemos refletir sobre a importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento da sociedade” afirma Isabela.

Matéria produzida por Raquel Siqueira, auxiliar de comunicação do Instituto Avaliar.

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