Dia 8 de setembro comemora-se o dia mundial da alfabetização e, no Brasil, ao longo da história, enfrentamos diversos desafios, mas também diversos avanços.

Esses avanços se deram por cidadãos que acreditaram no Brasil e enfrentaram os problemas da educação propondo métodos de aprendizagem, oferecendo oportunidades aos adultos iletrados e compreendendo as dificuldades particulares de cada indivíduo. Um dos personagens que marcaram a história da alfabetização foi Paulo Freire.

Lívia Assis, revisora de textos, fala da importância das teorias desenvolvidas por Paulo Freire para a alfabetização nos dias atuais: “a obra de Paulo Freire vai além das abordagens que tratam meramente do ensino e aprendizagem de conteúdos disciplinares nas escolas, pois, para ele, a educação é libertadora, é capaz de transformar o indivíduo, garantindo-lhe dignidade”.

A postura de Paulo Freire em relação à educação contesta os moldes do ensino tradicional, que, segundo Lívia, “não prevê a atuação direta do aluno no processo de ensino-aprendizagem. As teorias de Paulo Freire discorrem sobre a autonomia discente nesse processo, entendendo o aluno como sujeito crítico, reflexivo, criativo e capaz de aprender e ensinar”. Para a revisora, “educador e educando têm papéis distintos, mas complementares, e ambos devem estar compromissados com a ideia de que o conhecimento não pode ser transmitido nem recebido de forma passiva.”

Paulo Freire, criador do método da conscientização, um dos mais importantes para a educação brasileira de jovens e adultos, defendia que a alfabetização de adultos deveria estar diretamente relacionada com o cotidiano do trabalhador, ensinando-o a conhecer sua realidade para poder criticá-la e transformá-la. Inclusive, propôs aulas em círculos, o que foi uma grande contribuição para a psicologia. Ao praticar o método na cidade de Angicos, RN, alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias.

Reprodução do site - Projeto Memória
Paulo Freire

Lívia Assis afirma que precisamos pensar na “construção de um país que atenda às necessidades básicas de sua população, visando a uma significativa melhora na qualidade de vida”.

Paulo Freire defendia a educação de jovens e adultos e alfabetizou muitos alunos com seu método que revolucionou a educação brasileira, diminuindo, drasticamente, o analfabetismo. Lutou para que a educação fosse além das salas de aulas, pensando nos trabalhadores, jovens e adultos para lhes ensinar a enfrentar as injustiças e a opressão. Segundo Lívia, é necessário atentarmos para a abordagem política que Freire propõe: “a educação precisa estar inserida na realidade do mundo e na busca de uma sociedade ética e mais justa”.

Texto produzido por Raquel Siqueira

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